9 de fev. de 2013

SAIBA MAIS SOBRE "CAMILA"

 Como já sabemos, Peter Lanzani estreará este ano no teatro com a obra 'Camila', na qual fará o papel do padre Ladislao que se apaixonará por uma moça da alta sociedade, Camila, ambientado em 1848. Conheça mais sobre a história:


Pampa: paixão e morte
Tantas vezes dilacerada pelas paixões políticas, a sociedade argentina voltou a dividir-se seriamente em 1848. Só que daquela vez não se tratava das tão comuns desavenças armadas entre os partidos federais e unitários. Ao contrário. Dizia respeito às coisas do coração, à crônica de um inusitado caso de amor tido como ultrajante que terminou de uma maneira violenta, brutal.



A história infausta de Camila O´Gorman, uma jovem de 19 anos que, apaixonada, fugiu de Buenos Aires com Ladislau Gutiérrez, o padre da sua paróquia. Amor, disseram, “que desagradava aos céus”.

A ditadura de Rosas (1835-1852), parece que, em nenhum momento sentiu-se comovida pelo apelo romântico do caso, agindo contra os infratores com todos os rigores da tirania. Camila O´Gorman foi a primeira mulher a ser condenada a uma sentença de morte em todo o Prata.
A infeliz Camila O'Gorman (1828-1848)

No paredão dos Santos Lugares

"E, com olhos serenos...O Carrasco, que cumpre o seu mandato/Solicita perdão às criaturas que imolará no patíbulo." Pedro Palácios, dito Almafuerte (Pedro Palácios) – Castigo, 1880

Os dois condenados, Camila e Ladislau Gutiérrez, foram levados presos em cadeiras, carregados por soldados até a frente do pelotão de fuzilamento.

O ditador Juan Manuel Rosas determinara que os dois amantes foragidos fossem passados nas armas em Santos Lugares no dia 18 de agosto de 1848. Local de aquartelamento de tropas e de peregrinação dos argentinos, situado nas cercanias de Buenos Aires.

Punha assim um término na verdadeira novela que, por nove meses, um tanto como ao estilo de Romeu e Julieta, indignara e ao mesmo tempo comovera o país.

O Restaurador das Leis e da Ordem, uma das denominações de Rosas, depois de algumas consultas, resolvera oferecer os desafortunados apaixonados, agora perdidos, em holocausto aos altares da moralidade.

Um tanto antes dos balaços os estraçalharem, Ladislau ainda conseguiu passar um bilhete a amada: Camila minha, acabo de saber que morrerás comigo. Já que não podemos viver unidos na Terra, nos uniremos no céu frente a Deus. Te abraço, o teu Gutiérrez.

Um amor sacrílego
O escândalo adquirira dimensões extraordinárias devido a origem social dos envolvidos. Camila O´Gorman, com 19 anos, era rebenta do patriciado portenho, moça da mais fina estirpe.

O seu amante Ladislau Gutiérrez, de 30 anos, não ficava atrás. Era sobrinho de sangue do governador de Tucumã, um dos pilares da ditadura Rosas. 

Mas o que realmente escandalizou todo mundo foi o fato de que ele, o sedutor de Camila, era um padre! Um homem de Deus! Sabe-se pouco dos antecedentes dessa paixão entre a boa moça frequentadora de prédicas e o pároco da igreja do Socorro. 

Cientes de que mantinham uma relação impossível de ser aceita, decidiram fugir de Buenos Aires em dezembro de 1847. 

O pai de Camila, Adolfo O´Gorman, vexado, temeroso da repercussão, ainda hesitou por uns instantes antes de ir queixar-se para as autoridades. Aquelas alturas, circulando de boca em boca, toda a capital já sabia da sensacional fuga dos amantes. 

Rosas recebeu chuvas de exigências, dos togados e do clero, para que a punição dos apaixonados fujões, quando capturados, fosse exemplar. 

Enquanto isso, os dois, usando nomes falsos, abriram um escolinha em Goya, um lugarejo perdido na província de Corrientes, bem longe de Buenos Aires. 

Durante os quatro primeiros meses de 1848, tudo pareceu-lhes correr bem até que cometeram uma imprudência. Querendo ser acolhidos na comunidade, Camila e Ladislau aceitaram participar de uns festejos. 

Foi o fim deles. Um sacerdote irlandês que passava por lá reconheceu de pronto o padre colega. Não demorou em denunciá-los.

Fonte: EducaTerra 
Créditos Teen Angels Amores


Nenhum comentário:

Postar um comentário